sábado, 15 de dezembro de 2012


Meus sonhos que me atormentam



Sonhos são coisas que não sabemos ao certo o que é, entretanto muitos especulam muitas possibilidades, muitos mitos acerca do assunto. Seja lá o que sejam os meus às vezes são pouco doces, diria que são perfeitamente agridoces. Amarguram um passado que me parasse bem presente, trazem a tona desejos que desconheço, rostos e pessoas que nunca vi na vida e sussurros que me dão medo. Trazem também um passado bom e saudosista, entretanto me corroem ao acordar.

Tudo o que é desconhecido, ou nos instiga a saber mais ou nos afronta; no caso dos meus sonhos é um pouco dos dois. Apesar de me levarem a pensar muitas possibilidades a cerca do que seriam, de quem são essas pessoas que neles aparecem, o que eles querem me dizer, eu sinto um certo receio. Quando acordo e penso que tudo será esquecido, eis que o sonho volta à tona e me confundo se o que era irreal agora se torna real. Vejo que tudo aquilo que estava nos meus sonho não eram simples sonhos: eram coisa mais do que reais. Essas pessoas, essas coisas que aparecem em minha conturbada mente são reais. Espanto-me novamente. Certo dia tive um sonho "um tanto quanto erótico". Foi tal qual o ato sexual, porém não consegui identificar a pessoa em questão, mas sabia quem era; quando acorde, disse: 
-... De novo não...

Novamente o receio pelo desconhecido. Queria poder um dia me encontra com o senhor dos sonhos e perguntá-lo qual é o segredo que está por de traz disso tudo, porque não reconheço em Freud explicação para tudo. Reconheço como um desafio, pois interpretá-los não é tão difícil assim; o difícil é quando o sonho é mais real do que imaginávamos que podia ser; difícil é quando você vê os personagens do seu sonho perambulando pelas ruas, saber que eles estão vivos, que são de carne e de osso. Sonhar com o desconhecido é mole; com o que é irreal é ainda mais fácil; difícil é encarar as possibilidades reais no mundo da imaginação e enquanto você brinca de "MATRIX", tranquilo, o problema é quando o amor do sonho te persegue em vida, quando o FREDGRUGER existe de verdade. Enquanto você "mata um leão por dia", eu mato dois: um de dia, de olhos bem abertos, e outro a noite, de olhos bem fechados... eu acho.

sábado, 8 de dezembro de 2012



Falando de amor: LED ZEPPELIN

Ira, silêncio, raiva, paixão, rancor, belo, claro, escuro... nada disso é visível ao olhos dos profanos, daqueles que não entendem o verdadeiro sentimento do sentir. Com a música não se brinca, não mesmo meu amigo; quando ela te pega, quando ela te suga, não há remédio. De vez em quando, me controlo para não chorar com aquela batida, com aquele solo, com aquele pulsar, me controlo para não extravagar em ódio e em paixão quando ouso uma música.

"Tam tamm; tic tic tic; tam tam; tic tic tic tic tic tic"... o riff que mudou a minha vida: agora meu caro amigo, cale-se, porque falarei de uma parte grande do meu coração: O LED ZEPPELIN. Eu só comecei a escrever porque acabei de chorar mais uma vez com o solo da música "Since I've been love you". As lágrimas correram, a pele arrepiou-se, a vontade de gritar foi incontrolável e tudo isso meu amigo, por cauda de uma música. A imagem junto ao som se torna uma arma poderosa. Poderia dar explicações do tipo psicologicamente correta ou sócioantropológicamente correta, mas vou dizer apelas que é feeling, sentimento. Acho que não sei o que acontece com o meu corpo quando escuto qualquer música, principalmente se estiver tocando LED ZEPPLIN. Esses dias, eu estava perambulando pelo segundo andar do Plaza, próximo a loja "RENNER" e logo ao lado dessa loja tem outra menor que vede cd's, dvd's e coisas do gênero, e de repente ...Tam tamm; tic tic tic; tam tam; tic tic tic tic tic tic... imediatamente deixei o que tinha em mente e fiquei ali, ouvindo essa música. Cara é incontrolável! Aqui cito o meu caso, mas cada um que gosta de música (e quem não gosta; existe um ser que não goste de música? porque há que não goste de chocolate; meu Deus são uns loucos!) tem o seu caso particular e todos são válidos. A música na minha vida se tornou uma espécie de "bussola". Um dia, estava eu sentado no hall do bloco B na Uff, e derrepente eu escutei um lindo som de violão; eu disse a mim mesmo:
- Cara, de onde vem esse som; porra, eu preciso saber!

E como uma cobra que se excita com o som da flauta, eu deixei que o som me guiasse e deixei que meu corpo fosse. E andava, subia e descia as escadas, como um louco que procura a porta de saída de um manicômio.

E aquilo me deixou enlouquecido;
- Onde meu Deus, de onde vem esse som; disse.

 E não mais que repentinamente eu vi aquele pelo violão enegrecido, um rapaz com dedos finos e um "blues" surgira. Meu corpo se aquietou...

Essa coisa chamada LED ZEPPLIN me fez um homem realmente mais sensível, pois eu não sou de chorar assim por qualquer coisa; e quando 'EU DEVERIA CHORAR', em situações onde o choro é uma demonstração obrigatória de sentimento, eu não choro. Mas pelo Jimmy ( para ele não há adjetivos suficientes), Robert (hipnotizador), John Paul Jones (só perde para o Flea; mas prefiro ele por não ser tão presepeiro) e John Bonham (só por esse já dava por todos os bateristas que eu já conheci) eu nem preciso autorizar o meu cérebro ativar o “sistema de choro”: é inevitável.

Ladies and gentlemen, please welcome with applause: The Led Zeppelin !!

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Pedindo desculpas, mas não me despedindo



"Querido caderno amigo, semana passada eu inaugurei um blog, aquilo que chamam de "uma página na internet", onde você pode escrever o que quiser, em fim, acho que aqui não lhe darei uma boa definição do que é essa coisa inanimada que chamam de "blog". Sei bem que você potencialmente ficará triste com essa notícia, mas não a interprete como uma traição ou como uma despedida; sei que também sou meio vadio, que às vezes te abandono em qualquer canto da minha casa e que só faço uso de tuas folhas quando me é conveniente, quando estou com a mente confusa, ou quando tenho confissões, questões sobre amor, filosofia, ou qualquer coisa banal. Pois bem querido amigo caderno, dou-te-lhe toda razão, e essa minha ação não é somente contigo meu caro: tal como Durkheim, vejo os fatos como coisas, faço uso autoritário. Agora, seguindo uma ordem prescrita moralmente, sinto-me na condição de culpado e tenho de pedir desculpas (pelo o que, não sei bem). Peço desculpas por isso e admito que você sempre foi minha mulher preferida, sempre foi o meu "guru", meu eterno professor. Quero que saibas que o "blog" é apenas uma amante, e como você está cansado (a) de saber, eu sempre vivo entre a corda bamba, sempre no limbo e também sabes que essa "situação social" é fundamental para o meu desenvolvimento. Contarei contigo sempre, pois antes de inventarem o caderno online, desde os tempos dos rascunhos da bíblia existe o papel e algum derivado "mais ou menos evoluído" do lápis. Sei que você é a minha forma mais intima de guardar qualquer segredo, você caderno, nunca mentiu para mim (pelo menos até onde eu sei...), nunca me traiu, nunca se mostro para outros e sempre será fiel ao silencio, não vai caderno... não vai...?”.

sábado, 1 de dezembro de 2012


Desatento ou lerdo? Eis a questão



Às vezes o meu déficit de atenção me é favorável, de desviar a minha atenção às coisas que aparentemente são obvias, das coisas monótonas. Já vi cada coisa que às vezes nem acredito que sou capaz de enxergar. Estou sempre em um lugar privilegiado e, dependendo do meu humor, eu jogo para escanteio essa coisa de "ponto de vista" e vejo o que os meus olhos (esse sentido autoritário) me fazem ver. Daqui, quase toda sexta-feira tento ver um por do sol, que tenta se mostrar entre as fretas de uma janela, entre os blocos maciços de concreto, que refletem a minha paixão pelo observar. Vejo os pássaros defecando sobre os carros; o vento que leva os papeis de bala; sinto o cheio do mar que fede; vejo pedras sobre madeira. Pássaros de cor acinzentada urgem como leões famintos, peixes que pulam para fora d'água para comer e nós, onde ficamos nessa história?

Acho que sou tão destruído que não sou capaz de observar os meus semelhantes, por isso preciso de um esforço e de um estímulo e, muito provavelmente, por isso que eu prefiro as vezes observar o mar, as pedras, os pedaços de madeira, coisas que são inanimadas. Quando observamos algo, alguém ou alguma coisa estamos dando sentido ao que vemos, estamos ligando o canal do sentimento ao que é material. Quando vejo um programa chamado "Trato feito" (no canal History cannel), é uma das coisas que mais vejo: pessoas que estão ligadas a coisas e que não se desfazem delas, pois tem um valor de troca inestimado ou por terem criado uma relação intrínseca com ela e acabam por não se desprenderem.

Quando me faço essa pergunta ( desatento ou lerdo) eu na verdade já sei a resposta e, provavelmente quem me conhece já adjetivou-me com um desses. Na verdade acho que sou uma mistura dos dois, sou tão lerdo quando desatento e tenho certeza que sou muito bom no que faço. Quando vou descrever algo, alguém ou alguma coisa julgo importante ser desatento, pois se imprimir uma atenção muito grande no que pretendo fazer, corro um grande risco de não conseguir faze-lo e se o fizer com uma demasia rapidez, então corro o risco de que saia uma bosta. Então caro leitor, faço das palavras de Kurt Cobain em sua música "come as you are" as minhas: "Take your time, hurry up,The choice is yours, don't be late". Que o tempo vos abençoe e que o seu despertado lhe acorde amanha !

Bom, foi tomada a corarem e como homenagem irei destacar uma pessoa que a princípio não tem uma importância direta em minha vida, porém foi o "pé na bunda" inicial para eu compor o meu "blog": Paulo Roberto. 

Como afirmei na introdução, a figura desta pessoa é totalmente desconhecida, mas de suas palavras talvez eu possa falar. Um escrito autodidata, de uma inspiração fenomenal, Paulo é um garoto "que como eu amava os Beatles e os Rolling Stones". Estamos, geograficamente,  próximos e distantes, pois moramos e compartilhamos um vivencia em comum: fomos criados nas ruas de São Gonçalo, "respeitando a regra de não jogar a bola no sentido contrário quando jogamos no morrinho". Acho que compartilhamos de um ideal em comum quando falamos do "campus do Gragoatá": Paulo também faz o mesmo curso/faculdade que eu: o temeroso e misterioso curso de ciências sociais. Conhecemos-nos numa turma de Sociologia III e logo de cara vi que poderíamos compartilhar de um gosto em comum: o rock. Volta e meia eu ia de propósito com a minha camiseta do Black Sabbath (com a capa do álbum Paranoid) só para ver se ele iria também com sua do Black Sabbath (capa do Heaven and hell).

 Quando nos conhecemos de fato eu queria sugá-lo, pois ele afirmaria ter uma discografia em grande escala e, quase que semanalmente, eu o pediria para que compartilhasse de tal discografia. Confesso que Paulo compartilhava muito mais coisas do que eu a ele, mas... deixa essa parte em branco. Tivemos conflitos: sim, tivemos sim! Quem do grupo de trabalho de estatística não se lembra do seminário (no meu caso um milagre ou uma "sessão de possessão", pois confesso que não havia estudado adequadamente e que não me lembro de uma palavra se quer do que eu disse durante o seminário). Tivemos uma relativa desavença, mas passageira. E o tempo passou, e custou a passar... A greve. Durante o período de "trevas" conheci o seu blog e me encantei com a sua forma simples e direta de abordar os fatos que vivencia, sem demandas, sem remelexos, escreve para todos. Há uns dois meses atrás, durante uma de minhas leituras em seu blog, surgiu-me uma inspiração e uma vontade: "... porra, porque não criar o meu blog? sei lá, acho que posso compartilhar minhas bobagens”. Tive uma primeira tentativa falha, cheguei até a fazer tudo que precisava, mas na hora do "vamo ver" eu "caguei". 

Mas essa semana tudo fez sentido. Paulo escreve com uma intenção muito clara e, nessa semana em especial, ele fez agitar uma onda no "bloco N". Paulo publicou uma de suas aventuras literárias em uma "revista dos alunos de ciências sociais". Bom, senti um ranço amargo e doce quando li a sua publicação: amargo pelo fato de ter sido publicada numa "revista" de pessoa que não sabem apreciar a intenção de escrever de um autor (eles só querem criticar e ver o circo pegar fogo, ou seja, uns bossais) e doce pelo tato que o texto traz e principalmente a vontade de dizer o que muitos pensam, mas poucos tem a coragem de dizer: sobre o carnaval do bloco N, onde muitos se vestem de uma roupagem específica de retalhos e trapos, ou se transformam em uma persona que se chama "mendigo" ou, como bem destaca Paulo, "a moda do ser pobre". Bom meu caro e amigo Paulo, essa homenagem se tornou também um proteste junto ao teu, que como amigo que considero muito, tomei a coragem de "colocar o dedo na cara daquela estátua" chamada ICHF e agora quem quer ver o circo pegar fogo sou eu, pois como eu havia falado com outro amigo é muito fácil você crucificar uma pessoa e logo após enfiar-lhe uma lança nas costelas. Por isso Paulo, o meu muito obrigado por suas palavras invisíveis.