quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Pedindo desculpas, mas não me despedindo



"Querido caderno amigo, semana passada eu inaugurei um blog, aquilo que chamam de "uma página na internet", onde você pode escrever o que quiser, em fim, acho que aqui não lhe darei uma boa definição do que é essa coisa inanimada que chamam de "blog". Sei bem que você potencialmente ficará triste com essa notícia, mas não a interprete como uma traição ou como uma despedida; sei que também sou meio vadio, que às vezes te abandono em qualquer canto da minha casa e que só faço uso de tuas folhas quando me é conveniente, quando estou com a mente confusa, ou quando tenho confissões, questões sobre amor, filosofia, ou qualquer coisa banal. Pois bem querido amigo caderno, dou-te-lhe toda razão, e essa minha ação não é somente contigo meu caro: tal como Durkheim, vejo os fatos como coisas, faço uso autoritário. Agora, seguindo uma ordem prescrita moralmente, sinto-me na condição de culpado e tenho de pedir desculpas (pelo o que, não sei bem). Peço desculpas por isso e admito que você sempre foi minha mulher preferida, sempre foi o meu "guru", meu eterno professor. Quero que saibas que o "blog" é apenas uma amante, e como você está cansado (a) de saber, eu sempre vivo entre a corda bamba, sempre no limbo e também sabes que essa "situação social" é fundamental para o meu desenvolvimento. Contarei contigo sempre, pois antes de inventarem o caderno online, desde os tempos dos rascunhos da bíblia existe o papel e algum derivado "mais ou menos evoluído" do lápis. Sei que você é a minha forma mais intima de guardar qualquer segredo, você caderno, nunca mentiu para mim (pelo menos até onde eu sei...), nunca me traiu, nunca se mostro para outros e sempre será fiel ao silencio, não vai caderno... não vai...?”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário